sexta-feira, 8 de setembro de 2023

A última informação do genealogista aposentado.

 Por João Felipe da Trindade


Prof. João Felipe,

Um grande genealogista do Rio Grande do Norte, que prefere ficar oculto, e com quem eu sempre conversava, desistiu de continua trabalhando na Genealogia. Mas, em um dos últimos contatos que tive com ele, me mandou uma mensagem por e-mail,  datada de 5 de junho de 2021, onde alertava sobre equívocos propagados, até por descendentes mais próximos, da ascendência do bisavô de minha esposa, Félix Antônio de Medeiros, casado om Teresa Duquesa de Faria (ou Farias, como presente em diversos registros). 

Eu tinha postado aqui um artigo, em 2019, sobre Manoel Antônio de Medeiros, com relatos de alguns descendentes, que declaravam ser este o pai de Félix Antônio de Medeiros. 

Não consegui confirmar os dados encaminhado pelo amigo genealogista, por falta do inventário de Félix Antônio de Medeiros, não encontrado em Santa Cruz, ou outro documento, como lista de eleitores da referida cidade.

Por isso, deixe aqui a mensagem enviada pelo amigo genealogista:


             Sei que é do seu conhecimento de que desde algum tempo deixei de gostar de genealogia, mas para evitar que informações genealógicas que talvez estejam erradas continuem a circular pela Internet que até o atual momento são tidas como verdadeiras no que se refere a filiação de Félix Antônio de Medeiros (casado com Tereza Duquesa de Faria), estou informando que a pessoa de Félix Antônio de Medeiros que faz algum tempo que tenho os dados em meu arquivo genealógico, era filho do casal Manoel Antônio da Silva e Maria Cândida da Conceição, ele nasceu aos 23 de março de 1833, batizado aos 11 de abril de 1833 no Sítio Riacho de Fora pelo Padre Manoel da Silva e Souza, e os Padrinhos foram Manoel Barbosa de Medeiros e Josefa Maria de Jesus. Em 1868, o Félix Antônio de Medeiros, filho desse casal que citei acima (Manoel Antônio da Silva e Maria Cândida da Conceição), era Tenente, e morador na Povoação de Melão, pertencente na época à Freguesia de Santa Cruz-RN. Se algum dia vier a ser confirmado que a pessoa do Félix Antônio de Medeiros (Filho do casal citado acima), é a mesma pessoa do Félix Antônio de Medeiros que foi casado com Tereza Duquesa de Faria, então ele faleceu aos 11 de maio de 1900 com 67 anos de idade, e não 68 anos que está informado em seu termo de óbito nos livros paroquiais de Santa Cruz-RN.

 

 

            Segundo se sabe, Félix Antônio de Medeiros que habitou na região de Santa Cruz-RN casou em 16 de novembro de 1857 com Tereza Duquesa de Faria, nascida aos 04 de fevereiro de 1842, batizada aos 04 de julho de 1842 na Freguesia de Caicó – RN, filha de João de Faria Costa Júnior e de Maria Alexandrina da Conceição, neta paterna de João de Faria Costa e de Ana Maria de Jesus, e neta materna de Antônio Fernandes Pimenta e de Josefa Maria da Encarnação.

 

 

            O termo de casamento de Félix Antônio de Medeiros com Tereza Duquesa de Faria nos livros paroquiais de Nova Cruz-RN não informa o nome dos pais dos noivos, mas tenho a minha opinião de que ele era filho do casal Manoel Antônio da Silva e de Maria Cândida da Conceição, neto paterno de Antônio Camelo Pereira e de Apolônia Maria de Jesus, e neto materno de Cosme Fernandes Pimenta e de Apolônia Maria de Medeiros. Se me perguntar baseado em que tenho essa suspeita, eu não vou saber informar, ou seja, nada poderei afirmar.

 


            Entre os filhos de Maria Cândida da Conceição que citei no e-mail anterior, não mencionei o nome do marido dela, Manoel Antônio da Silva, mas procurei nas minhas anotações e localizei o nome dele, e não lembrei também de citar o nome de outro filho, estou ficando cada vez mais esquecido, mas agora estou informado o nome de Bernardino Fernandes da Silva, natural de Cuté – PB, filho do casal Manoel Antônio da Silva e Maria Cândida da Conceição, casou aos 22 de outubro de 1855 em Oratório Privado de José Félix de Medeiros (Pai da noiva) com sua prima legítima Rosa Cândida da Luz, filha do mesmo José Félix de Medeiros e Rosa Cândida de Alexandria, o Padre Antônio Rafael Gomes de Melo (que foi Vigário de Santa Cruz-RN) e as testemunhas Miguel Fernandes de Oliveira e Manoel Fernandes Pimenta. Esse José Félix de Medeiros acima citado era irmão de Maria Cândida da Conceição.

 

           Se tiver interesse em investigar se o Félix Antônio de Medeiros (Filho do casal Manoel Antônio da Silva e Maria Cândida da Conceição) era a mesma pessoa do Félix Antônio de Medeiros que foi casado com Tereza Duquesa de Faria, faça essa pesquisa por seus próprios meios, já que não tenho interesse nenhum e não quero responder a outras perguntas referente ao assunto, pois estou fora, já que não quero mais nada com genealogia, que é um assunto que fiquei com muito abuso. Uma única dica que dou nesse sentido é pesquisar a listagem dos primeiros eleitores de Santa Cruz-RN, onde tem o nome do eleitor e o nome do pai.

 

         Analise seriamente a sua possibilidade de viajar pessoalmente a Santa Cruz-RN e se estando lá nessa cidade as pessoas responsáveis pelo arquivo referente a listagem dos primeiros eleitores lhe derem o acesso (caso essa listagem ainda exista de 1889 em diante), nela poderá ter os nomes de Félix Antônio de Medeiros e também de Calixto de Medeiros e Araújo caso essas duas pessoas foram mesmo eleitores em Santa Cruz-RN, e ainda de outros eleitores que poderiam ser do seu interesse genealógico.

 

           Na hipótese do nome do pai de Félix Antônio de Medeiros nessa listagem dos primeiros eleitores de Santa Cruz - RN estiver o nome Manoel Antônio da Silva, irá confirmar a minha suspeita de que ele era mesmo filho do referido casal que citei acima, e para fazer essa pesquisa na listagem dos primeiros eleitores, é só pegar o seu carro, e ir pessoalmente a Santa Cruz fazer essa tentativa da pesquisa. Existe aquele antigo ditado: “Se você quer algo bem feito, faça você mesmo”, e por isso nada de pedir para outras pessoas fazer essa pesquisa em Santa Cruz, ou seja, tem que ir lá pessoalmente pesquisar. Se algum dia conseguir confirmar através de suas próprias pesquisas de que as duas pessoas de Félix Antônio de Medeiros que citei são a mesma pessoa, o mérito será somente seu, e faço questão de estar totalmente fora de tudo isso.


               Atenciosamente, o genealogista oculto.

sexta-feira, 8 de julho de 2022

A Verdade de José Anselmo, eleições e os Pinheiros de Angicos.

 Por João Felipe da Trindade

jfhipotenusa@gmail.com

 

A Verdade, publicado no Diário do Natal,  em 1909

Não era meu desejo ocupar-me, pela Imprensa, dos assuntos que envolvem os Srs. Pinheiros.

Desde o desaparecimento do saudoso e inesquecido Cel. José Rufino que o Sr. L. Pinheiro iniciou a sua direção política, fora da linha da moderação e do direito. Sobejamente reconhecido está, que o Sr. L. Pinheiro é destituído de capacidade e critério para dirigir uma política local.

Desde a sua estreia política, que se tem revelado um insensato, praticando diatribes e insolências contra adversários honestos e pacatos da sua política.

Para provar exuberantemente a sua perniciosa orientação política nas proximidade de 30 de janeiro, excluiu da presidência das mesas eleitorais os melhores correligionários e amigos, como o Srs. Cel. Bernardo Pinto de Abreu e Miguel Trindade. Qual o motivo com que se possa justificar de tamanha falta de desconfiança e desprestígio para com aqueles membros de sua política?

Parece-me que o Sr. L. Pinheiro não teria justificativa satisfatória para esta merecida consideração que deu àqueles seus amigos e correligionários. Não tinha nenhuma necessidade de fazer este ato, desde que a eleição corria livre; pois que já haviam percorridos todo município em busca das assinaturas dos eleitores, com os livros das mesas eleitorais, (isto pelo menos 6 dias antes) da eleição. Quanto a se apresentar nas ruas, com meia dúzia de eleitores, e vários capangas armados a rifles, isto foi para melhor desempenho de vergonhosa farsa que tinha de representar.

Que precisão tinha de entrar em um pleito com capangas quando possuíam a maioria, e já tinham feito a eleição há tantos dias? Muito menos tinham em propalar que o pleito correu livremente.

Por que não aceitaram o proteste de 55 eleitores oposicionistas? Qual o fim de nomearem J. Côiro e o arruaceiro Miguel Rufino, presidentes das mesas eleitorais?

Certamente porque estas feras intimidavam aos opositores, como o fazem com todos os seus desafetos, que vivem aterrorizados diante das prepotências de tão poderosos sultões.

Provado fica que, se o Sr. L. Pinheiro, que é o único responsável na direção da política, não fosse um espírito fraco, se deixando levar pelos que nenhuma responsabilidades têm  e vivem imbuídos de celebridades de cangaceiros, patrocinados pelo amo. F. Maranhão não lhes aprovava em todos os desmandos.

Mais louvável seria que tivesse honestidade para sustentar todas as palhaçadas que têm feito, não tendo o revoltante cinismo de dizer fora do município que sua política é de paz e amor.

Bem o sabemos... rifles e surras (prometidas). Quanto a propalar-se, me ter-me feito calar, diante das bravatas do Sr. Rufino, são mentiras muito peculiares  aos Pinheiros por serem desprovidos de dignidade e coragem, e muito conhecidos e desprezados por todos os homens de bem. Muito ridicularizados são, porque ainda não levam a efeito uma só das  ameaças feitas a Manoel da Mata, Joca do Pajeú a quem o Sr. Rufino atacou, em sua própria residência, e também a tentativa à pessoa do distinto e honrado chefe, Teodoro Filho, provocação feita na própria residência do honrado cavaleiro. A pouco dias o digno e honrado comerciante Honorato Germano, pelo fato de ter censurado a entrada dos capangas armados, no dia 30 de janeiro, foi da parte deste Sr. Rufino, que parece atacado de hidrofobia, - intimidado com recados em que este bravateiro mandara dizer  e achar-se na Vila com seus capangas, e que se o Germano quisesse fosse desarmá-lo.

Ainda não contente (ou saciado), esse pobre maníaco de exibições quixotescas, me agrediu na tarde de 23 do passado, quando eu caminhava com destino a esta capital, no lugar próximo – Várzea dos Bois, ganindo injuriosas ameaças e, apeando-se do animal, tirou de dentro da carona uma mauzer pronto a me fazer recuar. Como o conheço sobejamente, por ter certeza de que aproveita-se de minha ausência para dizer a todo mundo que me fez recuar com suas fanfarronices e assombrosa coragem, é que declaro não passa isso de uma torpe mentira. Depois de passarmos uns dez minutos, a sós, na estrada, de armas engatilhadas, - pois eu tencionava apenas me defender, disse-lhe: creio que você só pode atirar em homem pelas costas, e dando de  marcha, deixei-o às moscas da estrada. Assim provam os Srs. Pinheiro que não passam os seus atos de fanfarronices, e que são desprovidas de dignidade.

Não é o bastante o Sr. L. Pinheiro dizer a alguns amigos que não pode conter as loucuras de seu sobrinho, e de seu cunhado J. Côiro. Muito menos ainda em jurar que não tem intuito de ofender-me, e perseguir-me porque sou  casado com uma filha do seu único benfeitor, e idolatrado irmão. Melhor avisado andaria o Sr. L. Pinheiro não se cercando de pessoas como J. Côiro, e seu sobrinho, tendo em recordação que seu irmão dizia sempre:

Angicos terá sossego enquanto J. Alexandre não intervir na política. Quanto ao seu sobrinho bem o sabe, que na direção do pai, nunca ocupou nem o lugar de servente de justiça, sendo sempre excelente tratador de cavalos de sela. Hoje que por infortúnio deste pobre município, são estes os que o desgovernam, apoiados por uma corrupta e despótica política como a atual, não mais poderão gozar tranquilidade os habitantes desta terra de gente tão pacata.

Em qualquer oportunidade que me for permitido voltar a Angicos,  provarei que sempre desprezei os arreganhos dos perniciosos Pinheiros dominantes, enfrentando-os quer na imprensa, quer pessoalmente. Aviso aos meus amigos, parentes e correligionários, que evitem o contato desses tipos e desprezem as ameaças com que eles procuram intimidar aqueles que batalham em defesa dos seus direitos usurpados e do seu ideal político. A todos quanto me apararam com o seu apoio moral e prestígio nas críticas emergências da minha vida, lhes hipoteco minha sincera gratidão.

Desnecessário se torna mais uma vez oferecer pela imprensa meus diminutos préstimos, na cidade de Bragança, para onde vou foragido pelas perseguições dos sultões de Angicos.

Natal, 6 de março de 1909.

 

 

 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Um certo Cipriano Lopes da família Raposo de Melo

 

Um certo Cipriano Lopes

Ao longo das minhas pesquisas tenho encontrado diversas pessoas com o nome de Cipriano Lopes, sendo a maior parte descendente de Cipriano Lopes Pimentel. Um que parece não ter relação com esse ascendente mais antigo é o que também aparece algumas vezes com o nome Cipriano Raposo.

Cipriano, filho legítimo de Valentim Raposo e de Maria do Rosário da Silva, natural desta Freguesia, neto pela parte paterna de Miguel Raposo de Melo, natural da Ilha de São Miguel, e de Maria de Oliveira, natural desta Freguesia, e pela materna de Matias Ferreira da Costa, natural de Pernambuco, e de Luiza Maria do Desterro, natural desta Freguesia, nasceu aos 26 de setembro de 1768, e foi batizado na Matriz aos 10 de outubro do dito ano, sendo seus padrinhos o Padre Francisco Manoel Maciel de Melo e Dona Ana Maria, solteira, filha da viúva Margarida Maria do Espírito Santo.

Essa Ana Maria, filha de Antônio Álvares Pereira e Margarida Maria do Espírito Santo, se casou, em 25 de setembro de 1769, na Capela dos Santos Reis Magos da Fortaleza da Barra da cidade do Natal, com Jerônimo da Costa, filho de João da Costa de Almeida e Catarina de Oliveira e Melo, presentes o alferes Manoel Gonçalves Branco e o capitão João Duarte da Silva.

Dezoito  anos depois Cipriano se casou: aos 29 de novembro de 1786, pelas 10 horas da manhã, nesta Matriz, em presença do Reverendo Padre Francisco Manoel Maciel de Melo, de licença minha, se receberam,  nesta Matriz, Cipriano Lopes, filho de Valentim Raposo e de sua mulher Maria Rosaura (ou Rosário) da Silva, natural desta Freguesia, e Ana Maria da Assunção, natural do Assú, filha de Amaro José Duarte, e de sua mulher Inácia Gomes de Freitas, ambos moradores nesta Freguesia, corridos os banhos desta Freguesia, e dispensados os do Assú, pelo Reverendo Doutor Visitador Manoel Vicente de Lemos Sampaio.

Entre os filhos, anotamos: Antônio, nascido e batizado em 1790, tendo como padrinhos Antônio Guardiano e Silvana de Tal; José, nascido e batizado em 1788,  sendo padrinhos Manoel Gonçalves Junior e sua irmã Ana, ambos solteiros; Francisco, filho de Cipriano Raposo e Ana Maria, neto paterno de Valentim Raposo e Maria do Rosário, e avós maternos incógnitos, sendo padrinhos Belchior Pinto e Florência de Jesus, solteiros; Úrsula, filha de Cipriano Raposo e Ana Maria, que nasceu e se batizou em 1802, sendo padrinhos Lourenço Gomes e Francisca Antônia, solteiros; Josefa Teresa, filha de Cipriano Raposo e Ana Maria, que se casou em 1825, com Manoel de Jesus;

Em 26 de novembro de 1836, na Matriz do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, na presença das testemunhas Manoel de Jesus, casado, e Francisco Pio do Nascimento, viúvo, Luiz José Teixeira, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, filho de Cipriano Raposo, se casou com Honorata Rodrigues da Silva, filha de Silvana Maria do Desterro.

Quem eram os pais de Cipriano Lopes ou Cipriano Raposo? Em 5 de julho de 1758, na Matriz de Nossa Senhora do Ó de Mipibu, se casaram Valentim Raposo de Melo, filho de Miguel Raposo e Maria José, falecida, com Maria do Rosário, filha de Matias Ferreira da Costa e Luiza Maria do Desterro, presentes o capitão Pedro Tavares Romeiro e José Batista Freire,

Ana, filha de Valentim Raposo de Melo e Maria Rosaura da Silva, neta paterna de Miguel Raposo de Melo, da Ilha de São Miguel, e Maria José, desta, e materna de Matias Ferreira da Costa, natural de Pernambuco, e Luiza Maria do Desterro, desta, nasceu e foi batizada em 1774, na Matriz, sendo padrinhos Miguel dos Santos, solteiro, e Teresa de Jesus de Melo, mulher de Antônio Raposo.

Rita Joaquina de Melo, parda, filha de Valentim Raposo de Melo e Maria do Rosário da Silva, se casou, em 13 de outubro de 1799, na Matriz, com Antônio Manoel Lopes, natural de Santa... Palmeira, Arcebispado de Braga, filho de Francisco José de Araújo Guimarães, falecido, e Josefa Maria Lopes, sendo testemunhas João Ramos e Antônio Manoel de Oliveira.

Matias Ferreira da Costa, filho de Dionísio da Costa, natural de Ipojuca, de idade de 18 anos, pouco mais ou menos, alto, seco de corpo, cabelo acastanhado e anelado, cara comprida trigueira, dentuço, olhos pretos, pouca barba, sentou praça, na Companhia do capitão Mateus Mendes Pereira,  por sua vontade  e despacho do Governador e capitão general de Pernambuco, Duarte Sodré Pereira Tibao,  e intervenção do Provedor e Vedor Geral o capitão Domingos da Silveira, em 24 de outubro de 1730. Na mesma página consta a baixa do soldado Matias Ferreira, por morar 3 léguas fora desta cidade e ser remisso nas suas obrigações, em 1733.

Em 28 de janeiro de 1737, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, se casaram Matias Ferreira, filho legítimo de Dionísio da Costa e sua mulher Madalena Martins, e Luiza Maria do Desterro, filha legítima do Ajudante João Ferreira, já defunto, e de sua mulher, a viúva Teresa Maria de Jesus Andrade, presentes o coronel Teodósio Freire de Amorim, o coronel Carlos de Azevedo do Vale, e Dona Ana da Rocha, mulher do coronel João Pereira de Veras.

O que encontramos sobre os pai de Ana Maria, esposa de Cipriano? Manoel, filho legítimo de Amaro José e de Inácia Gomes, naturais desta Freguesia, neto paterno de Francisco Xavier e Ana da Rocha, e pela materna de Antônio Gomes de Freitas e de Maria de Andrade, todos naturais desta Freguesia, nasceu e foi batizado em 1785, tendo como padrinhos Dona Rosa Maria Bezerra, filha da viúva Joana de Albuquerque, desta Freguesia; Dona Inácia Gomes de Freitas, de idade de 40 anos, pouco mais ou menos, viúva que ficou de Amaro José, foi sepultada na Igreja de Santo Antônio dos Soldados.

Miguel Raposo de Melo, filho legítimo de João Cabral de Melo e de sua mulher Maria Pacheco, todos naturais da cidade de São Sebastião, Ilha de São Miguel, se casou, em 25 de outubro de 1723, na Matriz de N. S. da Apresentação, com Maria José de Oliveira, filha legítima do Ajudante Matias Quaresma, e de sua mulher Águida de Oliveira de Vasconcelos, natural desta Freguesia de N. S. da Apresentação, na presença do Reverendo Vigário, o Doutor Matias Florêncio, e do alferes Vicente Dias da Nóvoa, o capitão Pedro Gonçalves da Nóvoa, Dona Antônia da Silva, mulher do capitão Manoel Raposo da Câmara, e Inácia de Oliveira, mulher do cabo José da Rosa. Em 1766, nasceu e foi batizada Maria, filha do sargento Manoel de Araújo Baracho, natural de Muribeca, e Teresa Antônia de Jesus, desta cidade, neta paterna de Manoel de Araújo Luna, de Muribeca, e Antônia de Freitas, do Cabo, e materna Miguel Raposo de Melo, das Ilhas, e Maria José da Apresentação, do Recife, sendo padrinhos Antônio Raposo de Melo e sua mulher Teresa de Jesus de Melo. O cabo de esquadra Manoel de Araújo Baracho tinha se casado com Teresa Antônia, em 1755, depois de ficar viúvo de Brízida Ferreira.

Em 9 de maio de 1748, Miguel Raposo, natural da Ilha de São Miguel, viúvo de Maria José, Escrivão das Execuções da Fazenda Real, se casou com Catarina Pacheco, viúva do sargento Alves, filha do alferes-tenente Manoel Pacheco e sua mulher Dona Maria de Freitas, natural do Recife, sendo testemunhas o Doutor Inácio de Sousa Rocha Branco, Provedor da Fazenda Real, e o alferes-tenente Manoel Pacheco.

Um irmão de Cipriano, com o mesmo nome de um tio,  Antônio Raposo de Melo, solteiro, filho de Valentim Raposo, natural desta cidade, de idade de 14 para 15 anos, de estatura baixa, sem ponta de barba, seco de corpo, cor trigueira, boca algum tanto pequena, olhos pardos, sobrancelhas grosas, com um sinal de uma cicatriz sobre a sobrancelha esquerda, cabelo preto e crespo, nariz ordinário, testa estreita, senta praça voluntário, por portaria do governador interino José Batista Freire, e intervenção do Vedor Geral Antônio Carneiro de Albuquerque Gondim, em 7 de março de 1780. Ele deve ter nascido por volta de 1765.

Em 3 de junho de 1749, na Matriz, presentes Miguel de Oliveira e Melo e Miguel Raposo de Melo, se casaram Antônio Raposo de Melo, filho de Miguel Raposo de Melo e Maria José do Espírito Santo, e Teresa de Jesus de Melo, filha do capitão Francisco Pinto e Plácida Rodrigues de Melo.

Em 10 de fevereiro de 1769, Miguel de Oliveira e Melo, filho de Francisco Pinto e Plácida Rodrigues de Melo, se casou com Isabel Francisca de Jesus, filha de Antônio Batista Espínola e Francisca do Rosário, presentes Padre Bonifácio da Rocha Vieira, e Antônio Raposo de Melo, casado.

Em 19 de março de 1805, faleceu Antônio Raposo de Melo, de 60 anos de idade, casado com Ana Soares de Amorim, deixando testamento, onde instituiu como sua herdeira universal, sua esposa. No seu testamento informou que era filho de Miguel Raposo de Melo, natural da Ilha de São Miguel, e de Maria José de Oliveira, que foi casado com Teresa de Jesus de Melo, de quem não teve filhos, que depois se casou com Ana Soares de Amorim, não tendo também filhos. Essa idade de Antônio Raposo contém erros, pois ele se casou em 1749. Devem ter confundido com a do sobrinho.