terça-feira, 26 de março de 2013

+ Bezerra Cavalcanti


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Leonardo Bezerra Cavalcanti, em 1691, pedia registro de uma marca de ferro, aqui no Rio Grande do Norte. Em 1734, aqui em São Gonçalo do Potengi, João Bezerra Cavalcanti, preto forro, natural de Angola, escravo que foi do coronel Leonardo Bezerra Cavalcanti, morador no Assú, assistente na fazenda Oytu, há muitos anos, casou com Luiza da Costa Monteira, forra, filha de Joanna da Costa, tapuia forra, solteira, e de Jacinto Monteiro, escravo do alferes Pascoal Gomes de Lima, natural e moradora no sítio São Gonçalo.
A Guerra dos Mascates, nos anos de 1710 e 1711, foi liderada por Bernardo Vieira de Mello, que foi capitão-mor do Rio Grande, e Leonardo Bezerra Cavalcanti, que não sei se era o mesmo que tinha terras no Assú. Muitos moradores de outros estados tinham fazendas para criação de gado lá. Sei, também, que esse nome se repete com frequência na família Bezerra Cavalcanti. Já vimos, no artigo anterior, que um desses Leonardo, filho de Antonio Cavalcanti Bezerra, lá do Assú, era avô de Antonio da Rocha Bezerra Cavalcanti. Lá mesmo no Assú, vamos encontrar outros membros da família Bezerra Cavalcanti ou Cavalcanti Bezerra.
No Assú, vamos encontrar os batismos dos seguintes filhos de Leonardo Bezerra Cavalcanti e Izabel Alexandrina Bezerra Cavalcanti: Maria, que nasceu em 7 de fevereiro de 1847, batizada aos 27 de dezembro do mesmo ano, tendo como padrinhos, o major José Joaquim Bezerra Cavalcanti e D. Francisca Rodrigues da Costa; Manoel, que nasceu em agosto de 1840, batizado aos 31 do mesmo mês e ano, tendo como padrinhos tenente-coronel Antonio Barbalho Bezerra e Ignácia Francisca Bezerra.
Outro, que está presente no Assú, é André Avelino Bezerra Cavalcanti. Ele e sua mulher Luiza Leocádia Bezerra Cavalcanti batizaram na Fazenda Riacho, o filho André, em 27 de março de 1841, que nasceu aos 18 de março de 1841, e teve como padrinhos José Joaquim Bezerra Cavalcanti e sua mulher D. Francisco Rodrigues da Costa; outro filho de André e Luiza, de nome Manoel, foi batizado em 1845, tendo como padrinhos o Reverendo Manoel Januário Bezerra Cavalcanti e D. Francisca Rodrigues da Costa, por procuração de Francisca Alexandrina Bezerra.
Esse José Joaquim Bezerra Cavalcanti, que possuía uma fazenda de gados denominada Riacho, na parte poente do rio Paraú, teve registro de  uma data de sesmaria, requerida ao governador José Ignácio Borges, em 22 de setembro de 1819. Registramos, ainda, que em 26 de junho de 1838, na Fazenda Riacho, José Alexandre Bezerra, natural da Freguesia de São José, filho de João Martins e Josefa Maria, casou com Francisca Bezerra Cavalcanti, natural do Seridó, filha de José Joaquim Bezerra (Cavalcanti) e Francisca Rodrigues da Costa; foram testemunhas Basílio Quaresma Torreão e o capitão Antonio Bezerra Carneiro, ambos casados.
Aqui na Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, em 7 de janeiro de 1831, Gonçalo Francisco da Rocha, casou com Maria Bezerra Cavalcanti da Rocha, de Extremoz, sendo ele filho de Leonardo Bezerra Cavalcanti e Bernardina Josefa de Moraes, e ela de Antonio da Rocha Bezerra e Dona Joanna Ferreira de Mello, falecidos, sendo testemunhas o Reverendo Felis Francisco Correa Barros, vigário de Extremoz, e o comandante de armas, Pedro José da Costa Pacheco. Foram dispensados no 3º grau atingente ao 2º duplicado de sanguinidade.
Outro Bezerra Cavalcanti, que encontramos, vem descrito em um assentamento de praça, onde se lê: José Bezerra Cavalcanti, natural da freguesia de Muribeca, capitania de Pernambuco, filho de Francisco Dias Bezerra Cavalcanti, de idade de vinte anos, pouco mais ou menos, de ordinária estatura, homem pardo, cabelo preto e frisado, feio de cara, nariz grande, senta praça de soldado raso, nesta companhia por sua vontade, em vinte de junho de mil setecentos e vinte e três.
Entre os Bezerra Cavalcanti, encontramos um padre que faleceu novo. Aos trinta e um de abril de 1797 faleceu o Reverendo Coadjutor, Francisco de Sá Bezerra Cavalcanti, com a idade de trinta anos. Não encontrei o elo desse padre com os nossos estudados.
Detalhes que devemos estar atentos são as repetições de nomes, a inversão de sobrenomes, bem como os casamentos entre familiares. No registro a seguir observamos isso: em 21 de novembro de 1804, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, dispensados no 2º e 3º graus de sanguinidade, Antonio Bezerra Cavalcanti casou com Gertrudes Thereza de Souza, ele, filho de João Cavalcanti Bezerra e Gertrudes Thereza Ignácio de Oliveira, falecida; ela, filha do capitão Antonio José de Souza e Oliveira e Joanna Ferreira de Mello, falecida. Esse Antonio José era filho de Francisco de Sousa e Oliveira e Tecla Rodrigues Pinheiro, nossos conhecidos de outro artigo.
Muitas informações importantes da nossa história, oriundas do Assú, se perderam, tanto registros da Igreja como dos cartórios. Alguns dos livros da Freguesia do Assú, já são cópias de outros livros. Não encontramos maiores informações antes de 1800.