sábado, 4 de maio de 2013

Em 1842, ele ainda morava na Ilha

Não se sabe precisar quando a Ilha de Manoel Gonçalves estava totalmente coberta ou incapacitada para abrigar algum morador. Ninguém teve o cuidado de escrever sobre como se deu, de verdade, o desaparecimento da Ilha ao longo do tempo. Se alguma coisa foi escrita, por algum dos seus moradores, deve está ainda perdida e não chegou até nós. Não sabemos como era de fato a ilha, quantos foram seus moradores, que atividades eram exercidas nela. 

Quando José Alvares Lessa fez a descrição da Ilha de Manoel Gonçalves, em 1810, para o inventário de Domingos Afonso Ferreira e sua esposa, pouco coisa revelou. Quando da invasão, por corsários ingleses, em 1818, pouco coisa foi descrita na carta de João Martins Ferreira. 

Tenho feito vários artigos sobre a Ilha de Manoel Gonçalves, a partir dos registros da Igreja. Por eles tomamos conhecimento dos seus vários moradores.
Hoje trazemos um registro de batismo feito em Touros , onde ficamos sabendo que  em 1842, ainda morava gente por lá, embora eu tenha obtido um registro de batismo datado de novembro de 1843, nessa mesma ilha.Vejamos o registro de 1842.

Rita, branca, filha de José Ignácio d Miranda, já falecido e de sua mulher Josefina Ignácia de Miranda, moradores nesta Vila, nasceu aos seis de março de mil oitocentos e quarenta e dois, batizada no primeiro de julho de mesmo ano, nesta Matriz  do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, por mim que lhe administrei os sagrados óleos: padrinhos Jacinto João da Ora, e sua filha Rita Floriana de Miranda, moradores na Ilha de Manoel Gonçalves, por procuração que deles apresentaram Manoel Modesto Pereira do Lago e sua mulher Francisca das Chagas de Miranda, moradores nesta Vila, e para constar fiz este assento em que me assino. Antonio Camelo Valcácer, vigário aposentado.

Jacinto João da Ora consta da lista das pessoas que deixaram a Ilha de Manoel Gonçalves e fundou Macau, mas pelo registro acima, ainda permaneceu na dita ilha, pelo menos até 1842