domingo, 22 de dezembro de 2013

O que nos falta é ciência e tenência

O que nos falta é ciência e tenência
Tomislav R. Femenick – Mestre em economia e contador

Desde a década de 1990 que o Brasil está situado entre as dez ou quinze maiores economia do planeta, mas não conseguimos entrar no seleto clube das potencias do primeiro mundo. Estamos quase chegando lá, sem nunca chegar. Sempre ficamos da fila do gargarejo. A pergunta inevitável é: O que acontece e qual é causa? Talvez a resposta esteja nas notícias divulgadas recentemente, que colocam o Brasil entre as nações com menor qualidade de ensino e menor índice de produção científica e registro de patentes de novas descobertas. Então o que nos falta? Obstinação para buscar e ciência para alicerçar o nosso desenvolvimento. Sem ciência não há como chegarmos ao céu do primeiro mundo. Somente para confirma essa afirmação, convido os leitores para um passeio pela história do nascimento da ciência.
Os primeiros estudos científicos foram desenvolvidos pelos filósofos que se dedicavam à filosofia da natureza. A história aponta os gregos e chineses como os precursores desses estudos. Podemos dizer que o ponto de partida foi dado quando Leucipo de Mileto (460-380 a.C.) e Demócrito de Abdera (cerca de 460-370 a.C.) desenvolveram a teoria de que todas as matérias são compostas por átomos, cujas propriedades seriam: forma, tamanho, impenetrabilidade e movimento. Até então a opinião predominante era que as matérias eram compostas de terra, água, fogo e ar. Quatro pensadores gregos deram a base para a separação entre o “raciocínio simplesmente lógico” e o “raciocínio lógico ordenado”. Tales de Mileto (624-548 a.C.) exclui os deuses da origem da natureza, Pitágoras (580-507 a.C.) concebeu a relação matemática como base das coisas, Parmênides (515-540 a.C.) criou a lógica formal (alicerçada no princípio da não contradição, segundo o qual o “ser” é e o “não-ser” não é) e Demócrito (460-370 a.C.) formulou a teoria sobre a constituição da matéria. Eles geraram o embrião da ciência atual.
Os chineses da antiguidade adotavam a ideia de cinco elementos básicos: terra, água, fogo (em comum com os gregos), metal e madeira. Essa teoria foi sistematizada pelo filósofo, historiador, político, naturalista, geógrafo e astrólogo Zou Yan, ou Tsou Yen (305-240 a.C.), tido como o fundador de todo o pensamento científico chinês. Das especulações teoréticas, os gregos e chineses migraram para o uso prático.
Na Grécia as descobertas foram o relógio de água, as máquinas movidas com força motriz hidráulica ou de ar comprimido. No campo das ciências naturais, as pesquisas se expandiram pela astronomia, geografia, zoologia, botânica e medicina etc.
Na China antiga os estudos teóricos eram voltados para conceituações morais (confucionismo, taoismo etc.), porém a ação era principalmente voltada para a exploração do mundo natural. As pesquisas no campo da física e da química resultaram na invenção da pólvora, do balão de ar quente e da bússola magnética. Os estudos sobre mecânica levam à construção da besta e do sismógrafo. Na medicina testaram o tratamento da malária. Também, estudaram e fizeram aplicação prática com elementos de engenharia hidráulica, botânica e astronomia.
Outros povos da antiguidade também enveredaram nos estudos das ciências. Na Mesopotâmia e no Egito houve importantes estudos no campo da engenharia de construção, medicina, matemática e astronomia.
Por que não aprendemos com a história? Se quisermos entrar no maravilhoso mundo dos países desenvolvidos há que se melhorar o ensino em todos os níveis, fazer pesquisas e criar condições concretas para uma ciência verde-amarela, sem xenofobismo.

O Mossoroense. Mossoró, 20 dez. 2013.


Gente da Freguesia de Santa Rita da Cachoeira


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor de Matemática da UFRN e membro do INRG

Hoje iniciamos um passeio pelo Trairi. Vamos encontrar outros lugares como Bananeiras, Brejo de Areia, Guarabira, Araruna, Cuité; outros sítios e fazendas; mais famílias, como Gomes de Mello, Ferreira de Macedo, Arruda Câmara, Fernandes Pimenta e outras mais. Começamos com o livro de casamento. Está escrito no dito livro de abertura de casamentos: Servirá este livro para nele se lançar os assentos de casamentos da Freguesia de Santa Rita da Cachoeira: vai todo numerado e rubricado com a rubrica =Justino = de que uso; e no termo de encerramento, na última página, se vê o numero de suas folhas. Do que para constar faço este termo de Abertura, que assino. Villa de Jardim, em visita, 20 de Novembro de 1859. Francisco Justino Pereira de Brito. Vejamos o primeiro registro de casamento que consta no  livro.

Aos cinco de Maio de mil oitocentos e cinqüenta e nove pelas onze horas da manhã, havidas as Cerimônias Canônicas, e examinados em Doutrina Cristã e Confissão Sacramental, Juxta Sac.Conc. Trid., uni em matrimonio, e dei as Bênçãos Nupciais aos contraentes Olympio Balduíno de Freitas, e Anna Adelina de Faria, aquele natural, e morador na freguesia de Araruna, e esta nesta Freguesia, ele filho legítimo de Antonio de Freitas Chaves e Francisca Romana do Espírito Santo, ela filha legitima de João de Faria Costa, e Maria Alexandrina da Conceição, em presença das testemunhas Manoel Januário  de Faria, e Antonio (ilegível) de Freitas, moradores na Freguesia de Araruna, do que para constar fiz este termo, que assino. Antonio Dias da Cunha, vigário Encomendado da Freguesia.

Segue outro casamento de filho de João de Faria Costa e Maria Alexandrina.
 Aos vinte e dois de Julho de mil oitocentos e cinqüenta e nove, pelas cinco horas da tarde, no lugar denominado, São Bento desta Freguesia, havidas as Cerimônias Canônicas, e exame de Doutrina Cristã, e confissão Juxta Sac. Conc. Trid., não constando impedimento, uni em matrimonio, e dei as bênçãos nupciais aos contraentes João Clementino de Faria, e Cordulina Ursulina da Rocha, aquele natural e morador nesta Freguesia, esta natural da Freguesia de Bananeiras, e moradora nesta, ele filho de João de Faria da Costa, e Maria Alexandrina de Jesus, ela filha legitima de José Pereira da Rocha e Anna Joaquina de Mello, em presença das testemunhas Manoel Thomaz de Faria, e Bernardino Gomes de Faria, aquele morador na Freguesia de Araruna, este nesta Freguesia, do que para constar fiz este assento em que assino. Antonio Dias da Cunha, Vigário Encomendado da Freguesia.

Agora, o casamento de um membro da família Fernandes Pimenta e na seqüência, das famílias Gomes de Mello e Arruda Câmara
Aos vinte e três de Maio de mil oitocentos e cinqüenta e nove, pelas oito horas da manhã, no lugar denominado (ilegível), desta Freguesia, havidas as Cerimônias Canônicas, e exame de Doutrina Cristã, e Confissão Sacramental, Juxta Sac. Conc. Tridentinum, e não constar impedimento, uni em matrimonio e dei as bênçãos nupciais aos contraentes José Felis da Silva, e Cândida Maria da Conceição, naturais e moradores, ele filho legitimo de Joaquim Felis de Lima, e Antonia Maria da Conceição, e ela filha de José Fernandes Pimenta, já falecido, e Rita Maria da Conceição, em presença das testemunhas Honofre Barbosa de Lima, e Pedro Barbosa de Lima, moradores nesta Freguesia, do que para constar fiz este termo em que assino. Antonio Dias da Cunha, Vigário Encomendado da Freguesia.

Aos dezessete de Outubro do ano de mil oitocentos e cinqüenta e nove, pelas onze horas da manhã, no lugar denominado Caiçara de Baixo, desta Freguesia, havidas as Cerimônias Canônicas, e exame de Doutrina Cristã, e confissão sacramental, Juxta Sac. Conc. Trid., não constando impedimento, uni em matrimonio e dei as bênçãos nupciais aos contraentes Manoel Gomes de Oliveira, e Maria Perpétua de Mello, ele natural e morador na Freguesia de Guarabira, e ela natural e moradora nesta Freguesia, aquele filho de João José dos Reis e Maria José Soledade, e esta filha de João d’Arruda Câmara, e Emerenciana Gomes de Mello, em presença das testemunhas Onofre Barbosa de Lima e Francisco de Salles Bezerra, moradores nesta Freguesia, do que para constar, fiz este termo em que assino. Antonio Dias da Cunha, Vigário Encomendado da Freguesia.

Vejamos dois casamentos no mesmo dia, da família Ferreira de Macedo. Vicente e Antonio eram irmãos do Barão de Araruna, Estevão José da Rocha.
Aos vinte e quatro de Novembro do ano de mil oitocentos e cinqüenta e nove, pelas onze horas da manhã, no lugar denominado de Santo Antonio, desta Freguesia, havidas as Cerimônias Canônicas, e exame de Doutrina Cristã, e Confissão Sacramental, Juxta Sac. Conc. Trid., não constando impedimento, uni em matrimonio, e dei as bênçãos nupciais, a Manoel Zacharias de Macedo, e Josefa Felismina de Macedo, aquele natural e morador na Freguesia de Cuité, e esta natural e moradora nesta Freguesia, ele filho legitimo de Vicente Ferreira de Macedo, e Theodora Maria de Jesus, e ela filha legítima de João de Faria Costa, e Maria Alexandrina de Jesus, em presença das testemunhas Olympio Balduíno de Freitas e Trajano José de Faria, aquele morador na Freguesia de Cuité, e esta nesta Freguesia, do que para constar fiz este assento, em que assino. Antonio Dias da Cunha, Vigário Encomendado da Freguesia.

Aos vinte quatro de Novembro de mil oitocentos e cinqüenta e nove, pelas nove horas da manhã, no lugar denominado Santo Antonio, desta freguesia, havidas as cerimônias canônicas, e exame de Doutrina Cristã, confissão, Juxta Sac. Conc. Trid., não constando impedimento, uni em matrimonio, e dei as bênçãos nupciais, aos contraentes Candido José Meira e Maria Avelino de Faria, ele natural e morador na Freguesia de Cuité, e ela natural e moradora nesta Freguesia, aquele filho legitimo de Antonio Ferreira de Macedo, e Thereza Maria de Jesus, e ela filha legítima  de Miguel Rodrigues do Nascimento e Virginia Francelina de Jesus, em presença das testemunhas José Gomes de Mello e João Amâncio de Macedo moradores nesta Freguesia, do que para constar, fiz este termo que assino. Antonio Dias da Cunha, Vigário da Freguesia.


José Gomes de Mello era casado com Úrsula de Macedo, filha de Antonio Ferreira de Macedo e Thereza Maria de Jesus. Francisco Umbelino, filho de José e Úrsula, casou com Felismina, neta de Vicente e Teodora, e, também, de Antonio Ferreira de Macedo  e Thereza e Maria de Jesus